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OPINIÃO: Princípio e fim


A eleição presidencial acabou. Não. Não incido em redundância ou afirmação de algo que seja desnecessário relembrar. Tenho certeza, não sou o único a perceber que remanesce o ranço, explícito, dos que não viram seus respectivos candidatos contemplados pelo resultado das urnas, ruminando belicoso amargor. No mesmo passo, com igual intensidade, os que votaram em quem foi eleito ostentam soberbo regozijo de quem, antes de ungir o condutor dos destinos da nação, subjugou mais que adversários, inimigos. De ambos os lados, destaco aqui e agora, setores, por óbvio. Não são todos.Ora meu amigo, minha amiga, como não relembrar nos ensejos possíveis, como este, o definitivo término da eleição última, se quinhões ainda em estado de inconsciência relutam em aceitar, ou festejam sem atentar, para a realidade de que a democracia, as instituições e principalmente a vontade manifestada pelo voto direto escolheu o primeiro dos servidores públicos?

Este, o Presidente, que é de todos e para todos os brasileiros, como seria por comando constitucional qualquer daqueles que, ali atrás, não foram eleitos, não é mero troféu a ornar grupos felizes ou a afrontar infelizes. A posse, a investidura do dia primeiro deste janeiro quente e pachorrento ao estilo da Macondo de Gárcia Márquez, representa a alternância, não a ruptura, ainda que o próprio agora mandatário maior do país tenha tentado, por suas palavras, decretar o ocaso e o anoitecer eterno de correntes opositoras. Ora, sua opinião, ou mesmo atos, são transitórios por força de quem efetivamente manda no Brasil: Constituição Federal e o povo. Exatamente em sublimação deles, Carta Maior e gente brasileira, que uma vertente foi e, terça-feira, outra chegou.

Como tantas outras irão enquanto outras virão. O que não se pode é dar espaço à sabotagem travestida de oposição, mesmo que adoçada pelo tempero do que desde tempos de supremacia outra, se consagrou como "oposição responsável". O ato de se opor, se com fins altivos, deve se restringir à responsabilidade com os interesses do povo brasileiro, ou, melhor dizendo, comigo, com o Senhor, a Senhora e nossos compatriotas. Também intolerável é a odiosa ignorância, e até rechaço, a tudo quanto opositores de quaisquer naturezas tenham a observar, sugerir, apontar e fiscalizar, como se o homem ungido à presidência e seus auxiliares fossem portadores da razão inquestionável ou, ainda, salvo-conduto para o mau e para o mal eventualmente praticados.

Um país próspero, humano, igualitário, com perspectivas de futuro decente e feliz para seus habitantes não tem espaço para disputas caríssimas a seu povo, onde o que se busca alterar são meras posições de poder a beneficiar transitória e somente os atávicos amigos deste ou daquele rei. A nós, daqui, cabe muito mais que observar ou fazer coro com este ou com aquele lado: cumpre auxiliar ao governo, qualquer que seja ele, em todos os tempos, para que tudo o que ansiamos independentemente de cor, bandeira, ideologia, partido ou instituição, seja buscado ao abrigo da legalidade.

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